Instituto Brasileiro de Museus

Museu Imperial

Casa de Cláudio de Souza


CONTATO

Telefone: +55 21 2245-3766

E-mail: mimp.casaclaudiodesouza@museus.gov.br


Visitação: de terça a sexta-feira, das 11h às 18h
Atendimento da biblioteca: de terça a sexta-feira, das 13h30 às 17h30 e, na parte da manhã, mediante agendamento pelo e-mail mimp.biblioteca@museus.gov.br (aguardar confirmação) .


A Casa de Cláudio de Souza, localizada na Praça da Liberdade, em Petrópolis, foi construída no final do século XIX. Em 1956, foi doada à União por dona Luísa Leite de Souza, viúva do acadêmico Cláudio de Souza, para ser anexada ao Museu Imperial e receber atividades culturais.A doação foi aceita pelo Decreto nº 39.446/1956, assinado pelo presidente Juscelino Kubitschek. Além da edificação, foram doados livros, fotografias e demais objetos do escritor.

Em 1964, a casa foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A edificação abriga as sedes do Instituto Histórico de Petrópolis, da Academia Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni, da Academia Petropolitana de Letras e da Academia Petropolitana de Educação.


 Cláudio de Souza (1876-1954)

Natural de São Roque (SP), Cláudio Justiniano de Souza era filho de Cláudio Justiniano de Souza e Antônia Barbosa de Souza. A inclinação para a escrita começou bem cedo em sua vida, colaborando para os jornais cariocas O Correio da Tarde e A Cidade do Rio.

Em 1897, formou-se em medicina no Rio de Janeiro e retornou para São Paulo, clinicando na capital e lecionando na Faculdade de Farmácia, hoje pertencente à Universidade de São Paulo.

Em 1898, publicou seu primeiro trabalho, Os nevropatas e os degenerados, ao mesmo tempo em que continuou contribuindo para jornais por meio de pseudônimos. Sua estreia no teatro ocorreu em 1915, com a comédia Eu arranjo tudo. Pouco depois, apresentou Flores de sombra, que se tornou uma obra de grande influência no teatro brasileiro.

Membro-fundador da Academia Paulista de Letras em 1909, abandonou definitivamente a medicina em 1913, passando a dedicar-se às viagens pelo mundo e à literatura. Casado com a Sra. Luísa Leite de Souza, filha do barão do Socorro, fixou residência no Rio de Janeiro.

Escreveu inúmeras peças teatrais, artigos e textos científicos. Eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1924, ocupou a cadeira de número 29 (cujo patrono é Martins Pena). Presidiu a ABL por duas vezes, em 1938 e 1946, tendo dirigido as comemorações do cinquentenário daquela instituição. 


Coleção

Quando dona Luísa Leite de Souza, viúva de Cláudio de Souza, doou a casa do acadêmico ao Museu Imperial, em 1956, a doação incluiu o vasto acervo presente na edificação que conta com livros, fotografias, móveis e outros. Essas peças encontram-se preservadas nos setores técnicos do Museu, abertas à consulta do público.

A biblioteca particular de Cláudio de Souza doada ao Museu possui um total de 660 obras, incluindo livros de sua autoria e de outros autores consagrados. A maioria é constituída por peças de teatro brasileiro com dedicatória dos autores.

A coleção, preservada na Biblioteca do Museu Imperial, engloba ainda algumas obras raras, tais como: Cântico da paschoa (Aloysio de Castro, 1930); Madame de Sablé: nouvelles études sur la societé et les femmes illustres du XVIIe. siécle (Victor M. Cousin, 1859); Le more de Venise: journal d’un poète (Alfred de Vigny, 1863); O romance de um homem rico (Camilo Castelo Branco, 1889); Sentenças de d. Francisco de Portugal, 1º Conde do Vimioso: seguidas das suas poesias publicadas no Cancioneiro de Garcia de Resende (1905); L’oeuvre du divin Arétin (1909).

O restante da doação encontra-se na reserva técnica do Museu, sob responsabilidade do setor de Museologia. Ao todo, são 158 peças, entre as quais móveis, objetos de uso pessoal e pinturas modernistas.


Restauro

O Museu Imperial realizou, entre novembro de 2010 e junho de 2011, a reforma da Casa de Cláudio de Souza, com o objetivo de restaurar e preservar esse patrimônio histórico e cultural não só do Museu, mas também da cidade e do país.

A casa foi tombada em 1964 pelo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Por isso, a obra tem aprovação do órgão, que reconheceu a importância do restauro. “A Casa Claudio de Souza localiza-se numa área privilegiada do Centro Histórico da cidade de Petrópolis. O imóvel é um dos belos exemplares que compõem o Conjunto Urbano-Paisagístico da Av. Koeler, tombado pelo IPHAN, em 1964. As obras de conservação e restauração são de suma importância para sua preservação e também da ambiência do Conjunto da Av. Koeler”, destacou a diretora do Escritório Técnico do Iphan – Região Serrana, Erika Machado.

Erika ressaltou ainda a importância histórica da edificação. “Construção de relevante interesse arquitetônico do início do século XX, tem estilo eclético com influências art-deco. Suas fachadas possuem ornamentação variada, predominando o neoclássico francês. Destacam-se, no jardim lateral, bancos em azulejaria do século XIX, com bica e carranca. Em seu interior, podemos apreciar tetos decorados com pinturas artísticas em duas salas do pavimento térreo”, descreveu.

Um dos focos do restauro foi a cobertura, pois parte da estrutura do telhado estava comprometida, tendo ainda calhas e condutores de águas deteriorados, o que acarretou infiltrações em paredes e tetos. A intervenção contemplou a troca de calhas e condutores visando a solucionar tais problemas.

As janelas e esquadrias também apresentavam diversos problemas, principalmente no andar térreo, onde parte delas foi substituída por novas, conforme os padrões originais. A serralheria de janelas e portas foi recuperada ou trocada para garantir a segurança.

Em toda a casa, foi realizada a pintura de paredes internas e externas, muitas das quais apresentavam desprendimento. Após algumas prospecções, foi identificada a pigmentação original nos salões do primeiro pavimento e a coloração predominante foi sendo utilizada na repintura dessas áreas.

O banheiro do andar térreo foi outro ponto que sofreu reforma. Uma grande demanda dos frequentadores da casa (que abriga as sedes do Instituto Histórico de Petrópolis e das Academias Brasileira de Poesia, Petropolitana de Letras e Petropolitana de Educação) era que houvesse um banheiro feminino e um masculino separados. Assim, mantendo o espaço e as características do cômodo original, foi realizada uma adaptação para que houvesse essa separação.

Outras intervenções também foram feitas, como a recuperação de pisos e tetos, a revisão de toda a parte elétrica e a limpeza e consolidação dos azulejos decorativos externos. Também foi revista a iluminação, através da qual foi feita a valorização dos tetos com pinturas decorativas – a chamada marouflage, uma técnica francesa na qual uma pintura sobre tela é inserida no teto, passando a fazer parte da estrutura. Ao final, ainda foi dada especial atenção à parte paisagística. 

Além das reformas, o Museu Imperial aproveitou a oportunidade para reforçar a segurança da casa. Desse modo, foi instalado um sistema de monitoramento por câmeras.
A empresa responsável pelo restauro foi a Cândido Campos Arquitetura e Construções, vencedora da licitação realizada pelo Museu.