Instituto Brasileiro de Museus

Museu Imperial

Conheça a Espevitadeira

publicado: 11/11/2020 08h32, última modificação: 11/11/2020 09h00

A espevitadeira era usada para espevitar o pavio de velas e de candeeiros, isto é, puxar um pouco o pavio ou cortar a parte queimada, o que resultava em uma chama mais forte. Outra função importante era permitir apagar velas de forma prática e segura, evitando espalhar cera quente ou fumaça pelos ambientes e garantir que a chama tivesse sido realmente extinta.

Existem diversos modelos de objetos com essa finalidade, mas o modelo semelhante ao existente no acervo do Museu Imperial é utilizado desde o século XVIII. Ele é formado por duas lâminas, como uma tesoura, sendo que em uma das partes existe um recipiente para que os resíduos do pavio fiquem depositados. Era acompanhado normalmente por uma bandeja e era comum ser produzido em prata.

 A iluminação doméstica no século XIX, além da iluminação natural obtida através de grandes janelas e claraboias, era feita através do uso de velas produzidas de gordura animal, vegetal e posteriormente parafina, com o desenvolvimento do uso do petróleo na segunda metade daquele século. Lampiões e candeeiros tinham como combustível azeite, querosene ou óleo de baleia.

Atualmente iluminamos um ambiente instantaneamente ao acionarmos um interruptor, mas no século XIX essa ação era mais complexa. Para famílias ricas, a iluminação doméstica envolvia diversos objetos como candelabros, castiçais e lustres, combustíveis como óleo e gordura de baleia, apetrechos de auxílio como a espevitadeira e abafadores, além da mão de obra de pessoas escravizadas ou funcionários. Pessoas de classes mais pobres, muitas vezes, tinham que realizar suas atividades profissionais e domésticas com iluminação fraca ou insuficiente.