Como o nome já indica, o paliteiro era um suporte para palitos de dente e compunha as mesas de jantar para utilização após as refeições. Palitar os dentes, atualmente não é tão comum e até considerado pouco higiênico, mas é um costume muito antigo. Para os mais ricos, os palitos eram produzidos em marfim ou prata, sendo de uso pessoal e não descartável, como os materiais nobres indicam. Com o tempo, foram substituídos por palitos de madeira que eram, originalmente, produzidos de forma artesanal, como os feitos na cidade de Coimbra em Portugal e, posteriormente já na segunda metade do século XIX, em escala industrial, nos Estados Unidos.

Pensando nos dias atuais, os palitos e paliteiros ainda ocupam seu lugar nas mesas das casas e nos bares, mas nos séculos passados eles eram, além de utilitários, objetos de decoração. Modelos mais simples eram produzidos em faiança ou madeira, mas famílias abastadas possuíam modelos em materiais mais nobres como a prata.

Modelos similares aos existentes no acervo do Museu Imperial eram conhecidos desde o final do século XVIII em Portugal, chegando ao Brasil por influência, e tendo seu auge no século XIX. Os prateiros europeus produziam paliteiros com formas diversas e elaboradas. Personagens históricos, como Vasco da Gama e Napoleão, animais, como pavões e pássaros, frutas como romãs e uvas e flores em ramos e buquês eram frequentes. No Brasil, alguns temas sofreram influência nacional, frutas como abacaxis e cajus, personagens como figuras representando indígenas estilizados, como este exemplar do acervo Museu Imperial, além de elementos africanos, foram representados nos paliteiros utilizados aqui, produzidos principalmente no Rio de Janeiro e Bahia.