Localizada no coração da cidade de Petrópolis, a Casa de Cláudio de Souza, subunidade do Museu Imperial e residência de veraneio do escritor, teatrólogo e acadêmico brasileiro, Cláudio de Souza, é uma das atrações turísticas da serra fluminense. O local conta com espaço para exposições temporárias e funciona como centro cultural, promovendo, ainda, eventos ligados à literatura e às artes.
Uma das vontades de Cláudio era que sua casa fosse transformada em um espaço cultural e levasse o seu nome. Assim foi feito pela viúva do escritor, Luiza Leite de Souza, que, após a morte do marido (aos 77 anos de idade), doou a residência ao Museu Imperial, fato oficializado no ano de 1956. Passados oito anos, o imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A Casa de Cláudio de Souza oferece aos seus visitantes objetos de decoração e de uso pessoal como quadros e obras de arte, além de uma biblioteca que conta com livros de sua autoria e de outros escritores consagrados, diversas peças teatrais, artigos e textos científicos. A biblioteca é aberta ao público para consultas gratuitas e totaliza 660 obras. Ainda na parte interna da casa, podem ser vistos vitrais, azulejos portugueses e pisos trabalhados. No teto das salas encontram-se pinturas de deusas e musas gregas, feitas a partir da técnica marrouflage (telas coladas sobre o estuque). Já na área externa, mais especificamente no jardim da residência, há um relógio de sol do século XVIII.
Uma curiosidade a respeito dos azulejos é que os mesmos foram retirados, em parte, de uma propriedade adquirida por Cláudio de Souza em Portugal. O acadêmico teria ficado encantado com as peças e comprado o imóvel. Mais tarde, doou a citada casa a uma instituição de caridade da localidade portuguesa.
Entre novembro de 2010 e junho de 2011, a Casa de Cláudio de Souza passou por um restauro a pedido do Museu Imperial com o objetivo de preservar, ainda mais, esse patrimônio histórico e cultural. Após esse período, a casa pôde, finalmente, ser aberta ao público para visitação.
O que um dia foi palco de inúmeros encontros intelectuais, reuniões sociais, chás e saraus, hoje, a Casa de Cláudio de Souza é considerada um espaço turístico e cultural da cidade de Petrópolis e está a serviço de toda a comunidade.
Sobre o acadêmico
Cláudio de Souza foi um médico e escritor nascido em São Roque, estado de São Paulo, no dia 20 de outubro de 1876. Casou-se com Luiza Leite de Souza (filha do barão do Socorro) e faleceu em 28 de junho de 1954, no Rio de Janeiro. Contudo, sua vida e obra vão muito além de datas.
Em paralelo a medicina, graduado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1897, dedicava-se à literatura. Com uma veia também para o jornalismo, fundou a “Revista Acadêmica”, ainda no período da faculdade, e colaborou para os jornais “Gazeta da Tarde”, “Notícia”, e “A Bruxa” (de Olavo Bilac e Julião Machado).
Ao longo de cinco anos escreveu para a Revista Feminina, fundada por sua irmã em 1914, sob o pseudônimo de Ana Rita Malheiros. Essa, aliás, é uma curiosidade bastante interessante a respeito da vida de Cláudio. Através desse “disfarce” defendeu a luta pelos direitos das mulheres, o voto feminino e protestava em desacordo a crimes praticados contra elas. Também era extremamente patriota, tanto que participou da Revolta de Setembro ao lado de Floriano Peixoto.
Foi presidente da Academia Brasileira de Letras por duas gestões, em 1938 e 1946, fundador do PEN (Poetas, Ensaístas e Novelistas) Clube do Brasil, e membro-fundador da Academia Paulista de Letras. Podemos ter acesso ao seu legado visitando sua residência de verão localizada na Praça da Liberdade, Centro da cidade de Petrópolis, de terça a sexta-feira, das 11h às 18h. A entrada é gratuita e aberta ao público de todas as idades.