O tinteiro de viagem é formado por um recipiente para tinta de escrever, um areeiro, que continha areia que era derramada sobre a escrita para secar a tinta, um porta-penas e um cabo desmontável em três pequenas partes onde se poderia utilizar uma ponta de pena metálica, um lápis ou uma pequena lâmina, sendo todos os objetos em prata.
Este modelo condensa vários elementos que poderiam estar presentes em um tinteiro. Existiam modelos formados por um único objeto, o próprio tinteiro, e outros modelos que continham elementos que auxiliavam a escrita, como o areeiro e o porta-penas, já mencionados, além de candelabro, campainha, sinete, para lacrar cartas e documentos e mata-borrão, objeto utilizado para secar a tinta logo após a escrita e evitar manchas.
As penas utilizadas para escrita, por muitos anos, foram penas de aves, principalmente de gansos, que eram selecionadas e apontadas. Mas no início do século XIX foi inventada a pena metálica, tendo seu uso difundido em meados daquele século. Ela era um objeto com ponta metálica, semelhante a ponta da pena de ave e que não possuía reservatório de tinta, mas tornou a escrita mais prática e uniforme.
No acervo do Museu Imperial, existem diversos modelos de tinteiros, dos mais elaborados aos mais simples, em diversos materiais como prata, ouro, latão e porcelana, modelos maiores e completos como os de mesa, além desse modelo de viagem que pertenceu a princesa Leopoldina, filha de d. Pedro II e irmã da princesa Isabel.
Considerando a facilidade que temos em transportar uma caneta atualmente, podemos não imaginar que o tinteiro em questão, diminuto quando comparado com outros modelos, simplificava o ato de escrever durante uma viagem, ainda mais se considerarmos que as viagens eram longas. Hábitos como manter um diário pessoal ou relatar o dia a dia de uma viagem eram facilitados para quem possuísse um modelo deste.